Quando o coração não tem imunidade

O sistema imunológico (ou sistema imune) é muito eficiente no combate a micro-organismos invasores. Mas não é só isso: ele também é responsável pela “limpeza” do organismo, ou seja, a retirada de células mortas, a renovação de determinadas estruturas, rejeição de enxertos e memória imunológica.

Também é ativo contra células alteradas, que diariamente surgem no nosso corpo como resultado de mitoses anormais. Essas células, se não forem destruídas, podem dar origem a tumores.

Aliás, estas células são organizadas como um exército. Cada tipo de célula age de acordo com sua função, e algumas são encarregadas de receber ou enviar mensagens de ataque ou mensagens de supressão (inibição).

Enquanto umas apresentam o “inimigo” ao exército do sistema imune, outras só atacam para matar ou constroem substâncias que neutralizam os “inimigos” ou neutralizam substâncias liberadas pelos “inimigos”.

Mas, e quando o “inimigo” é você mesmo? Várias tradições antigas já pregavam que a mente controla o corpo e que tudo está ligado a tudo. 

Mas de que maneira isso ocorre? 

A capacidade do sistema imunológico de proteger o corpo num determinado momento estará sempre relacionada com os vários estados emocionais: o tipo e a intensidade do estresse que a pessoa está enfrentando, as características de personalidade e a qualidade das relações sociais, manifestando assim desde um simples resfriado, até um câncer ou problema cardíaco.

Tudo irá depender do quanto aquilo significa para esta pessoa e até que ponto ela consegue suportar aquele aprendizado.

Porque somos as únicas criaturas na face da Terra que podem modificar biologicamente o nosso sistema através dos próprios pensamentos e sentimentos.

Quando ficamos deprimidos por causa da perda de um emprego, pela perda de um “amor”, ansiedade por um exame, a morte de um parente querido ou uma separação, projetamos assim a tristeza por toda parte no corpo - a produção de neurotransmissores por parte do cérebro reduz-se, o nível de hormônios baixam, o ciclo de sono é interrompido, os receptores neuropeptídicos na superfície externa das células da pele tornam-se distorcidos, as plaquetas sanguíneas ficam mais viscosas e mais propensas a formar grumos, e até suas lágrimas contêm traços químicos diferentes das lágrimas de alegria.

Sim, lágrimas de alegria são diferentes de lágrimas de tristeza! “Ou você abre seu coração ou o cardiologista vai abrir por você!”, como cita o Dr. Deepak Chopra.

Shakespeare já dizia: "Nós somos feitos da mesma matéria dos sonhos."

Nada como um novo amor para a dor no coração. Principalmente quando este amor vem com o reconhecimento de nós mesmos.

Para a ausência de um filho, nada melhor do que saber que eles não nos pertencem e sim ao Universo, que é de onde eles vieram e onde um dia todos retornaremos!

Para a perda de um emprego, nada melhor do que saber que temos a capacidade infinita de reconstruirmos tudo de novo a qualquer momento, e por incrível que pareça, ainda melhor do que antes!

Somos o reflexo do nosso mundo mental!

A energia dos pensamentos atua sobre a massa cinzenta do cérebro realizando modificações químicas, e dependendo do tipo de pensamento emitido, teremos essa ou aquela substância química cerebral ativada. Se o pensamento contiver emoções como medo, o cérebro aceita essas mensagens sob a forma de ordens expressas da mente, e as supra-renais verterão um excesso de adrenalina na corrente sanguínea.

Ressentimento e mágoa aumentam a calcificação das artérias coronárias, surgindo futuras isquemias coronarianas. Uma crise colérica poderá produzir danos terríveis para o fígado, chegando mesmo a aparecer alguns sintomas da hepatite, da qual a icterícia é a consequência.

Todo pensamento carregado de emoções e sentimentos construtivos, como a alegria, o carinho, o otimismo, a atitude de bondade, a autoestima, a confiança, a perseverança e todos os tipos de elementos saudáveis, são verdadeiras mensagens para o cérebro, que os recebe e os codifica produzindo substâncias que irão auxiliar a fortalecer o sistema imunológico do organismo.

Toda e qualquer atitude mental, negativa ou positiva, produzirá “ordens mentais” no cérebro e este obedecerá, liberando substâncias que irão enfraquecer ou fortalecer os sistemas de defesa do organismo.

Mas creio que a doença que mais mata é o Amor, para ele não temos imunidade!

Por ele matamos.

Por ele nos matamos.

Por ele sofremos

Por ele adoecemos.

Por ele muitas vezes nos destruímos, e por incrível que pareça, geralmente por um amor que na realidade nunca existiu, apenas em nossos corações. Há tanta sede de amor e de carências no ser humano, que estas são confundidas com o verdadeiro companheirismo.

Mas o que é o “verdadeiro amor”, se não a liberdade de existirmos e do outro também, da responsabilidade em relação a nós e não dos outros, da concordância ou não de pensamentos, mas um alinhamento coerente e racional entre ambos. Do saber doar e do saber receber - pois muitos só doam e outros só recebem.

E entregando o nosso PODER ao outro, entregamos também literalmente a nossa imunidade e nossa VIDA. Amemos sim e muito, mas sem entregar o nosso PODER a ninguém, apenas a nós mesmos!

Para todo o coração existe um novo amor. E para todo o amor, um coração a espera de bater por ele.

 

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