A história de Iemanjá

De todos os orixás das religiões afro-brasileiras, Iemanjá talvez seja a mais conhecida e adorada no Brasil. A “rainha do mar”, como é conhecida, protege os seus filhos e cuida de todos que pedem por sua ajuda. Por ter essa característica maternal, ganha a simpatia e o carinho de seus seguidores.

Como todos os orixás e deuses de outras culturas, Iemanjá teve sua história contada por diversos povos durante muito tempo. E em cada história contada a mitologia foi se formando e as histórias se multiplicando, mostrando assim várias faces do orixá interpretados por povos diferentes. Para conhecer mais sobre Iemanjá, vamos contar uma dessas histórias.

Algumas lendas dizem que Iemanjá era filha de Olokun, soberano do mar. O nome Iemanjá foi dado pois significa “mãe dos filhos peixes”. Como presente, Olokun deu para Iemanjá uma poção que a ajudasse a fugir de qualquer perigo e a aconselhou a usar somente quando realmente precisasse, pois ele não poderia estar sempre por perto para ajudá-la. Iemanjá guardou a poção com carinho e seguiu com a sua vida, até o seu primeiro casamento.

Ela se casou com Oduduá e teve dez filhos orixás. Então, a partir desse momento, ficou conhecida como mãe de todos os orixás. Mas nem tudo foi feliz em sua vida. Ao amamentar dez filhos, seus seios ficaram muito grandes, o que a envergonhou bastante.

O que começou com uma vergonha dos seios virou uma vida infeliz e por isso decidiu se separar de Oduduá. Ela se aventurou em uma nova vida e acabou por conhecer um rei chamado Okerê, por quem se apaixonou. O rei a pediu em casamento, mas ela impôs uma condição: ele nunca deveria zombar do tamanho de seus seios. Ele concordou e então se casaram.

Como todo casal, nem tudo na vida deles foi perfeito. Okerê gostava de beber e certo dia ficou muito bêbado e acabou falando mais do que devia. Zombou dos seios de Iemanjá, assim quebrando a sua promessa. Iemanjá ficou magoada e fugiu. Ao recobrar a consciência da bebedeira, o rei tentou ir atrás dela para desculpar-se. Iemanjá então finalmente usou a poção que seu pai lhe dera. A poção a transformou em um rio, que desaguaria em um mar, e nada poderia assim prendê-la. Mas Okerê não desistiria tão fácil.

Se Iemanjá era um rio, ele então seria uma montanha, para impedir que ela chegasse até o mar. Ele então se transformou em uma grande montanha para ficar na frente do rio. Iemanjá estava determinada e pediu ajuda a seu filho Xangô. O filho usou seu poder e com um raio partiu a montanha ao meio. Assim, o rio conseguiu passar pelo meio dela e finalmente chegar ao mar, que até hoje é o lar de Iemanjá.


Artigo escrito por Ricardo Sturk da Equipe Horóscopo Virtual. 

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