De Despedidas

De vez em quando, é preciso se despedir.

Pode parecer ruim, mas não é. Despedida não é sinônimo de tristeza.

Existe essa ideia de que despedida é perda e que perda vai nos fazer sofrer. Até porque faz. O apego - tão criticado por religiões, crenças e ideologias que pregam o bem estar - nasce do medo do sofrimento que a perda irá nos trazer.

Mas nem todo sofrimento é ruim. Às vezes, é preciso que ele venha, para podermos ser mais felizes depois.

Dar adeus àquela pessoa, àquela situação, àquele ambiente, tudo pode parecer demais. Mas quando a dor passa (e sempre passa), olhamos para nós mesmos e podemos ver pessoas melhores do que as que éramos antes.

Despedidas são mais uma forma de praticar o desapego. Quer venha com sorrisos, ou com lágrimas. Nem toda lágrima é ruim.

Arejar os armários, abrir as portas, varrer as folhas secas para longe da calçada. Assim como os ambientes pedem, nossa alma também precisa se desfazer do que é ruim. Do que fica estagnado dentro de nós, nos prejudicando.

Abra espaço para o novo entrar. Toda despedida não deixa de ser uma espécie de boas vindas

E se a tristeza vier, tudo bem. Depois melhora, é sério. Melhora.

E se o que acabou era bom, mas necessário que acabasse entre tantas boas despedidas, entre tantas coisas das quais é preciso se desapegar, fica a ideia, de que tudo foi, como diria a poesia, infinito enquanto durou.

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