Você é refém das expectativas?

Ao falar de autoconhecimento a gente sempre se depara com expectativas. E não tem jeito de não lidar com elas, porque a vida na Terra é uma realidade de relações, sonhos, anseios e laços. E cada uma dessas coisas traz consigo o risco da expectativa. No caminho da posse de si é extremamente importante trabalharmos essa questão em nós para termos sucesso.

Crescemos com uma educação que em algum momento autua terceiros pelo que ocorre conosco ou nos ensina que existe algo no outro que precisamos para sermos completos. Sendo assim, dessas crenças brotam os condicionamentos à nossa felicidade. E deles, surgem as expectativas. Expectativa nada mais é do que nutrir alguma esperança acerca de algo, esperar por aquilo e contar com isso. É depositar lá fora ou nas pessoas uma espera que é somente nossa.

A gente faz isso nos relacionamentos, com a vida, projetos. Quanto mais apegos, condicionamentos e vaidade, mais expectativas nutrimos. E além daquela que lançamos de nós, ainda precisamos lidar com a que vem de fora, das pessoas ao nosso respeito. Porque do mesmo jeito que esperamos dos outros, eles também costumam esperar da gente. Quantas vezes os pais querem fazer dos filhos o reflexo de suas próprias expectativas e ideais? Quantas vezes entramos em uma relação presos em um ideal de pessoa ou relacionamento e acabamos esperando do outro os comportamentos sonhados e imaginados? Muitas vezes. E fazemos isso até conosco.

Pois é, e as expectativas criam desilusão e decepção. Porque quem quer nutri-las deve aceitar o fato de que elas podem ser correspondidas ou não. E a pergunta que fica é: Você banca a situação, no caso de um “não”? Você sabe lidar com isso? Na maioria das vezes: não! Por isso, as pessoas sofrem tanto com essas situações.

Então, como lidar com as expectativas? O melhor remédio é, sem dúvida, a humildade. Aceitação do real, do seu e dos outros. Infelizmente, as nossas escolhas vão desagradar alguém. É normal e inevitável. As escolhas dos outros também podem nos desagradar. E precisamos abandonar a missão de ter que arrancar sorrisos e aprovações dos outros. É preciso parar de achar que as nossas escolhas magoam terceiros. São eles que se magoam com elas. Não somos responsáveis pelo que esperam de nós ou imaginam ao nosso respeito.

Somos responsáveis pelas expectativas e idealizações que criamos. Teremos de responder pelas nossas próprias. E a cura em nós também segue o mesmo caminho, humildade, aceitação, lidar bem com o real e entender que o ideal é uma fôrma mental, particular. E não necessariamente a realidade precisa se adequar a ela. Aquilo que nutrimos, cabe a nós resolver, pôr um fim ou levar adiante. É a nossa decisão viver à mercê de nossas expectativas ou ser senhor delas. Assim como é a nossa escolha viver para corresponder à expectativa e ideal alheio ou bancarmos com humildade a realidade e verdade de quem somos, mesmo que isso custe algumas caras feias. Pois, no final das contas, quem gosta mesmo de nós, vai nos aceitar como somos. Vai amar o nosso real e não esperar ver na gente o reflexo do ideal delas.

Levando isso para a vida, você pode viver de expectativas e idealismos ou escolher viver na humildade, pé no chão e aceitação do real. Sonhar, imaginar e desejar, tudo isso é parte de quem somos. Mas quando somos movidos por aquilo que citei acima de bom, não damos espaço à ilusão, justamente provocada por um viver pautado em expectativas. Na humildade criamos o real e na expectativa nos prendemos ao ideal. Qual dos dois você escolhe?

Crer é a chave!

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