Você me dá atenção e eu lhe dou o meu coração

Amar deve ser uma das palavras mais usadas, repetidas e clamadas da humanidade. As pessoas pedem por amor, choram, sofrem, se alegram, se tornam esperançosas, entram em desespero. Algumas matam por ele, muitos morrem por ele. Canções são compostas, livros escritos, filmes produzidos. Cadernos de escola se enchem de coraçõezinhos apaixonados e mesmo a Igreja se sustenta sobre a imagem do amor universal e incondicional.

Porém, a grande questão que me pego fazendo é: se este é um assunto de domínio geral, porque ninguém consegue amar a si mesmo?

Pois aí está o fundamental problema de todos nós e que nos faz repetir sobre o amor. Quem não se ama, não consegue amar e se pensa que ama, está a se enganar, porque no fundo, existe apenas uma expectativa de troca, silenciosa, mas ali, observando, esperando a retribuição. Quantos relacionamentos não são fundamentados pela lei de troca?

No fundo somos bem egoístas. Queremos total atenção, desprendimento do outro. Queremos ser amados intensamente. Queremos que o outro lembre-se de cada detalhe a nosso respeito e que nunca cometa erros. Queremos obter respeito, admiração. Queremos pequenos servos adoradores.

De fato, não conseguimos enxergar o outro, ouvir sua voz e entender seus sentimentos. Interpretamos seu silêncio como uma ofensa, vemos seu afastamento como desprezo, sua crítica como desrespeito. Enfim, tudo gira apenas em torno de nós mesmos e chamamos isso de amor.

Você tem amado assim?

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